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Feriado sancionado por Tarcísio deve afetar negativamente indústrias e comércios do ABC

Nesta semana, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, sancionou lei que cria o feriado do Dia da Consciência Negra em todo o Estado, que será o terceiro do mês de novembro. Algumas cidades, inclusive do ABC, já tinham a data, mas, por ser municipal havia a possibilidade de adiantar ou jogar a comemoração para o final de semana. Sendo agora estadual, não há esta possiblidade. Aliás, por conta da pandemia que bagunçou todo o calendário de feriados, este será o primeiro ano em que a folga do 20 de Novembro será realmente realizada e em uma segunda-feira.

Para o turismo, mais uma data de folga pode colaborar com o aumento dos negócios. Mas, para o setor produtivo das cidades pode não ser uma boa ideia. A data, para o comércio, deve existir como homenagem e não apenas como uma folga.

A Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), segundo o presidente Pedro Cia Junior,  é totalmente favorável à comemoração do Dia da Consciência Negra. “No entanto, acreditamos que a data deveria ser festejada em um domingo, assim como acontece com o Dia das Mães e dos Pais, por exemplo. Devemos também considerar que o mês de novembro já tem outros feriados que, somados a esse diminuem ainda mais os dias úteis, prejudicando consideravelmente o faturamento de todas as empresas e, principalmente, do comércio”, explicou o presidente da entidade.

Para o presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernado), a situação é parecida. O novo feriado pode afetar negativamente o comércio, ainda mais em novembro, quando há datas importantes de vendas e a proximidade com o período natalino.

“Foi um erro estratégico. É muito ruim para o comércio, principalmente em novembro e ainda em uma segunda-feira. É inadmissível. Vamos deixar claro que não somos contra a comemoração. Ela pode e deve ser feita pelos fatos marcantes que representa. Porém, poderia ser, por exemplo, no segundo domingo do mês e não no dia 20. E ainda por cima em uma época que o segundo semestre é mais aquecido porque tem o Natal e a Black Friday que movimenta o e-commerce. Portanto, foi um erro e faltou um debate com o setor produtivo da sociedade antes de tomar essa decisão, coisas que, ultimamente, a classe política não tem feito. Tomam decisões unilaterais e só depois eles vêem o que fazem”, destacou Valter Moura Júnior, presidente da Acisbec.

Escolas

Outro setor que pode ser prejudicado com mais um feriado em novembro é o de educação. As escolas têm dias letivos a cumprir e mais uma folga pode atrasar, ainda mais no final do ano. Para Oswana Fameli, da Associação das Escolas Particulares do ABC), a data precisa ser lembrada, trabalhada com os alunos. “Poderíamos ter uma semana ou um mês com ações nas escolas e empresas. Com certeza seria mais eficaz do que um feriado, que será usado para passeios e não para reflexão sobre o tema.”