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ACISA Podcast – Inovação e suas características no mundo empresarial

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Inovação e suas características no mundo empresarial

No atual cenário global, em que ocorrem diversas transformações sociais e econômicas provocadas pela pandemia de Covid-19, inúmeros segmentos da sociedade foram prejudicados, como exemplo: o turismo e aviação. Outros, no entanto, foram beneficiados, como o e-commerce e itens de higiene pessoal. Assim, podemos perceber que mesmo com diversas incertezas provocadas por um cenário pandêmico, oportunidades de inovação sempre podem ser criadas.

Para muitos, a inovação vem do ato de fazer o diferente, criar algo novo a partir de uma ideia construída, em um contexto que foi exigido para sobreviver. De fato, é uma das características que regem este ato. Porém, para obter sucesso, alguns princípios de inovação devem ser observados:

1 – Design organizacional

Este primeiro princípio, refere-se ao modo, como as relações organizacionais são estabelecidas e como o modelo hierárquico da empresa está organizado atualmente.

Devemos lembrar, que a inovação não se dá somente pela forma que os ambientes de trabalho estão decorados e organizados. Mas também por estarem incluídos neste modelo, outros processos, pessoas, lideranças e estruturas.

Para melhor compreensão, seguem alguns processos de empresas inovadoras:

Uso de experimentação e ausência de burocracia para favorecer a inovação, que ocorrerá através do empirismo (erros e acertos).

Equipes multidisciplinares, em que um grupo composto por várias áreas se une em torno de um objetivo. Assim, trazem ideias, que serão debatidas de diferentes perspectivas individuais.

Estrutura de inovação, com times pequenos. Que mudam em função em diferentes projetos e conhecem todos os processos.

Ambiente de frequentes debates, em que as decisões são tomadas em conjunto, garantindo a autonomia e participação de todos os membro

2 – Gestão ágil

Neste princípio, é importante esclarecer que gestão ágil não significa necessariamente realizar tarefas de maneira mais rápida. O conceito é direcionado ao aprendizado de metodologias ágeis — como Scrum e Canvas —, que possibilitam o aprendizado ágil a partir de erros e acertos.

Outro ponto é a eliminação de atividades que não agregam valor. Ou seja, atividades que não se têm propósito claro e que não impactam o core business de uma empresa.

Além disso, recursos devem ser poupados apenas para atividades essenciais e que também vão gerar valor. A redução de burocracia é relevante para a agilidade e contribuição de processos entre departamentos.

3 – Trabalho com parceiros

Este princípio refere-se à máxima de que, para aumentar a velocidade de processos e diminuir custos, é preciso que recursos externos sejam captados. Para que haja este processo, algumas características são notáveis:

  • Conexão com o ecossistema: Saber por onde procurar por estas empresas de forma que seja observado o mercado e ecossistema da região. Assim, a política interna da futura empresa parceira deve estar alinhada com os valores de sua empresa;
  • PCO’s: As pesquisas de clima organizacional (PCO) são muito utilizadas para medir o nível de satisfação de funcionários. Para que assim, os empresários consigam ter diagnósticos da empresa em questões culturais. Aplicá-las para validar com a própria equipe o que a própria empresa está oferecendo e recebendo das parcerias é uma boa alternativa para direcionar os esforços por novas parcerias.
  • Alinhamento de expectativas: E importante definir os objetivos, intenções e deixar claro, qual o tipo de parceria que vai existir com cada empresa;

ATENÇÃO – Cuidados para o processo:

  1. Não são todas as empresas que têm experiência trabalhando em conjunto;
  2. Não existir iniciativas de inovação junto à parceiros conectados ao ecossistema.

4 – Cliente no centro

Este conceito preza pela noção de possuir grande empatia pelo cliente, colocando-se no lugar dele, tomando seus problemas e entendendo suas principais dores. Ao longo do processo de busca por inovações, a maioria dos negócios que deram errado, foram aqueles cujas inovações tiveram seu início a partir de ideias e não de problemas.

Assim, é preciso desenvolver uma cultura de observação das necessidades de consumidores para que, assim, possa-se criar o produto mais assertivo e que consiga atender melhor o mercado.

Para noções de comparação, aproximadamente 86% dos produtos fizeram sucesso porque partiram de problemas. Apenas cerca de 10% das soluções que partiram de ideias conseguiu se manter. A empresa que coloca seu cliente no centro das atenções:

  • Compreende o problema que o produto vai resolver — Job to be done —, ou seja, entende a descrição do produto e o que vai mudar na vida do cliente;
  • Realiza, com frequência, conversas com seus clientes, principalmente no pós-venda;
  • Toma decisões a partir da perspectiva do cliente, se colocando no lugar deste para iniciar um novo projeto ou produto;
  • Utiliza dados para medir interações e satisfação;
  • Quebra barreiras hierárquicas para melhorar a experiência do cliente;

Caso você não tenha contato direto com o cliente final, uma ideia é criar canais e métodos para se relacionar e aprender. Algumas saídas para este contato é por meio de aplicativos criados para clientes.

Outros fatores relevantes para a manutenção da inovação

  • Mapeamento e acompanhamento de estratégias de inovação, já que o peso destas pode mudar conforme o contexto. Por exemplo, ideias para festas ou atos que causem aglomeração de pessoas, que antes eram interessantes, durante a pandemia passaram a agregar pouco valor;
  • Orçamento destinado diretamente para inovação, pois é preciso que haja a garantia da liberação de recursos para as novas etapas e avanços destes projetos. Além disso, é preciso ter consciência de que é necessário investir, e que neste processo diversos erros vão acontecer. No entanto, os poucos acertos irão superar em impacto e faturamento estes anteriores.
  • Governança, traduzida por um comitê de inovação, responsável pela garantia de que a inovação aconteça. Assim, cria-se um espaço viável para a permanência de cultura de inovação dentro da empresa.

Conclusão

Para concluir, devemos ter em mente que a inovação é um processo de mudança que pode ser utilizada em diversos setores. Que trazendo múltiplos benefícios, não apenas em momentos de crise.

Vale ressaltar, que devemos utilizar este processo da melhor forma possível. Observando e colocando em prática certos princípios e atitudes, que em conjunto garantirão maiores chances de sucesso, manutenção e desenvolvimento da inovação.

Este conteúdo foi realizado em parceria com a UFABC Junior